domingo, 22 de novembro de 2009
Sabe... a dor não realmente não destrói o coração, mas constrói a solidão. Eu não odeio ela por ter me deixado, até mesmo porque ela não esteve comigo para ter me "deixado", e ainda mais, ela se foi por motivos provavelmente familiares, não tem parcela de culpa nenhuma nisso.

Eu fui covarde, o tempo passou a vida me deu um tombo relativamente grande. Então como vocês sabem eu me declarei à ela... Foi um dia triunfal para mim, eu fiquei tão alegre. Esperei durante uma semana uma resposta, pois pelo menos creio que quando um homem se declara a mulher deve ter o dever de pelo menos dizer: "Eu não quero nada com você". Mas vi que não é assim. Então mais uma vez fui em busca de uma atitude, falei com ela. Vou ser direto, não vou poupar palavras nem controlar meu vocabulário. Foi a mesma merda, o silêncio que trazia o frio ao meu coração continuo. Foi o mesmo que não falar nada, ela escrevia, mas eu não sentia nada nas palavras dela.

Aceitei, pois se ela não falou nada em uma semana e manteve um silêncio de palavras frias deve ter seus motivos. Resolvi ama-la de longe, não é possível que eu entregando minha vida, ela não diga nada. Nem um "não". E a profecia se cumpriu, ela não disse nada. Eu cheguei a pedir a morte, pois eu já tinha vivido dores o suficiente para morrer muitas vezes.

Meu amor me inspirou a um ponto assombroso, frases viam à minha cabeça, textos, poemas, histórias, arte, música... Isso me dava mais agonia, pois a inspiração do amor é para ser dada ao seu amor e não para guardar tudo sozinho. Minha cabeça parecia que ia explodir.

Uma dor, uma solidão, um silêncio, uma agonia. Sabe o que tudo isso gerou? Raiva. Não raiva dela... Mas raiva da vida. Por que? O que eu fiz para sofrer tanto? Esse mundo que me destrói, eu só queria mudar ele pra melhor! Eu tinha planos lindos, sonhadores, mas lindos. Poderia mudar o curso do mundo do colapso para uma vida cheia de amor, do jeito que ela devia ser.

Sabe onde foram parar meus planos? Não sei, e espero que não saiba mais. Só consigo enxergar um mundo destruído, uma corrida pelo dinheiro, poder, uma competição que realmente tem um vencedor, pois os outros morrem, o pódio desta competição são os corpos das pessoas que sem motivo lutaram para elevar esse grande "vencedor". O prêmio? Sangue. Sangue derramado pelo dinheiro.

Pretendia mudar este mundo, mas o mundo acabou me mudando. Não consigo mais ver meus objetivos puros, todos estão manchados, de vermelho. Meu coração sangrou, morreu. Eu não deixei de amar ela, mas agora tenho medo do amor. Tenho tantas coisas belas a dizer, mas estou matando elas, asfixiadas na minha solidão. E sabe qual o pior disso tudo? É que se eu pudesse começar tudo de novo, eu escolheria amar ela novamente sem hesitar.

Se eu não choro pelo amor, o amor chora por mim. Suas lágrimas são minha vida escorrendo entre as batidas do meu coração.

Meu mundo chegou ao fim antes da morte ser o meu novo começo.

Viver sem vida.

Lord.

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